sexta-feira, 25 de agosto de 2017
PROUST E O CONTROLE DA NARRATIVA
Muitas vezes, quando nossa vida parece prosaica demais, sem peripécias, damos asas à imaginação e começamos a elaborar-lhe uma história incrível em que somos os protagonistas triunfantes e, não raras vezes, emulamos as personagens literárias ou televisivas que admiramos e suas intrigas e, em alguns momentos, lhe vestimos a pele para viver suas aventuras e assim esperamos superar a mediocridade que enxergamos ou supomos enxergar.
Outro grande momento do espírito humano captado por Proust.
Coitada da senhora Leonie que não dispunha de facebook para escrever fancics para seus seguidores.
PROUST E RIVALIDADE EM TODAS AS CLASSES
Que mané luta de classes! A
rivalidade entre as pessoas do mesmo meio, no caso, entre pessoas que pertencem
à criadagem, ou como se diria na linguagem da moda, em "situação de
criadagem", e não entre estas e seus patrões, é muito mais divertida e as
intrigas que resultam disso são tão engenhosas quanto as que são armadas pelos
aristocratas. Proust, com aquele ar blasé, conhecia humanidade por onde quer
que passasse e em todos os meios.
O trecho acima é de No caminho de Swann, trad. Mário Quintana
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